"Na década de 50/60, era muito difícil um rapaz adquirir uma bola para jogar futebol, mesmo que fosse uma bola de má qualidade. Pura e simplesmente não havia bolas para jogar. Só na cidade (como então se dizia ao referir Ponta Delgada) é que havia bolas e a um preço proibitivo para as magras bolsas dos nossos pais, na sua maioria camponeses pobres e sem dinheiro. De forma que tínhamos que puxar pela imaginação para conseguir jogar futebol. Às vezes, fazíamos bolas com papelão amarradas com barbante, outras vezes pegávamos em trapos metidos dentro de uma meia velha, e, quando se matava o porco, até a bexiga de porco servia de bola de futebol. Nesse tempo, nos Ginetes, quase todos andavam descalços, principalmente os homens, de modo que a sola do pé com o tempo ficava dura como pedra e servia de sola de sapato. [...]"
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